29/02/2008

Coleção: O rei de ferro – volume 1

O primeiro volume da série é O rei de ferro. Ele é um romance histórico baseado no reinado de Felipe, o Belo, que governou a França de 1285 a 1314 e era o décimo primeiro rei da dinastia capetiana.

Felipe ficou conhecido por governar com rigidez. Falava-se que sobre seu regime, “a França era grandiosa e os franceses infelizes”. Teve três filhos (Luís X, o Teimoso; Felipe V, o Caolho e Carlos IV, o Belo), os quais assegurariam sua dinastia e casou a filha Isabel com o rei Eduardo II da Inglaterra.

Felipe, o Belo, tinha alianças até na Rússia e era bastante rico. Para sustentar o padrão de vida, aumentava o valor do ouro e diminuía o peso. As revoltas eram constantes, mas tudo e todos deveriam curvar-se perante o rei. Somente um poder ousou enfrentá-lo: Ordem dos Cavaleiros do Templo, uma mistura de organização militar, religiosa e financeira. A independência dos Templários assustava Felipe e o tesouro deles o invejava.

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão ficou mais conhecida como Ordem dos Templários e foi criada por nove cavaleiros de origem francesa. O objetivo principal era a proteção dos peregrinos que iam a Terra Santa durante as Cruzadas. Todavia, a importância econômica e política da Ordem aumentaram quando começaram a ser doadas terras à ordem por toda a Europa.

A Ordem cresceu tanto que assustou Felipe e o Papa Clemente V, o qual afirmou ter uma visão e acusou os integrantes da organização de heresia e outros comportamentos de blasfêmia. Os cavaleiros foram perseguidos, mortos, torturados, queimados nas fogueiras. Porém o objetivo do rei francês não foi alcançado. Ao tentar se apossar do tesouro da Ordem, os sobreviventes já haviam partido misteriosamente. O destino que teriam tomado é incerto: talvez Portugal, Inglaterra ou Escócia.

Foi contra os Templários que foi montado o mais longo processo da história, o qual durou cerca de sete anos e teve mais de 15 mil acusados! A história do primeiro volume da coletânea Os reis malditos começa no término do sétimo ano com a morte do grão-mestre da Ordem - Jacques de Molay – em 1314 e termina com a coroação de Felipe VI como rei em Reims em 1328.

Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 8528610381
Número de páginas: 266

Coleção: Os reis malditos

Quem gosta de história e particularmente da francesa, não pode deixar de ler a coleção Os reis malditos, escrita por Maurice Druon entre 1955 e 1977. Ela conta a história da monarquia francesa indo de Felipe, o Belo até o começo da Guerra dos Cem anos. A coletânea fez tanto sucesso que já foi traduzida para mais de 30 línguas e vendeu milhares de exemplares em diversos países. Chegou até a ganhar uma versão televisiva na década de 70 e também um remake exibido em 2005 na França e no Canadá.

Maurice Druon nasceu em Paris em 23 de abril de 1918 e é membro da Academia Francesa. Homem político, ele foi nomeado Ministro da Cultura por Georges Pompidou em 1973. Um detalhe curioso é que Maurice é bisneto de um brasileiro do Maranhão: o escritor, jornalista e político Odorico Mendes.

Livro: Memórias do assassino de Sissi

Duas pessoas tão diferentes, porém, sem saberem bastante parecidas. Algoz e vítima... o encontro no dia 10 de setembro de 1898 iria mudar para sempre o destino de ambos, que teriam o mesmo fim: a morte.

Memórias do assassino de Sissi é um livro de leitura fácil, do ponto de vista da linguagem não rebuscada, mas de difícil compreensão ao se analisar o caráter do assassino da imperatriz da Áustria, imortalizada no cinema através da apresentação de Romy Schneider.

A vida de Elisabeth da Baviera estava longe de ser um conto de fadas; casara-se com apenas 15 anos com um homem pelo qual nutria apenas respeito e admiração. Perdeu o filho - Rudolf - quando ele tinha 30 anos e cuja morte em um dos mistérios históricos. Admite-se que tenha se suicidado, porém há várias teorias, dentre elas a de que era contra o regime monarquista. Com a morte de Rudolf, ela tornou-se a dama de preto e nunca tirou o luto.

Já a vida de Luigi Lucheni estava mais perto de ser um pesadelo ou de não ser nem “vida”, se não fosse pelo coração que batia e pelas funções vitais que seu corpo exercia. A complexidade da obra está no próprio Lucheni que, à medida de que se mostra cruel, frio, calculista, transforma-se em uma pessoa letrada e obcecada por livros.

Talvez tenha matado Sissi para se sentir superior, tão importante e famoso quanto qualquer aristocrata, talvez tenha sido apenas a vontade de ter ser visto por alguém, mesmo de que uma maneira negativa, para comprovar para si mesmo que existia e que não era “ninguém”.

O livro tem dois autores: Santo Cappon, cujo pai era colecionador e, por um acaso, comprou os diários de Lucheni, e o próprio Luigi Lucheni que tem suas memórias publicadas. Tanto que a página que traz as indicações sobre autores e tradutor tem o seguinte conteúdo: “Memórias do assassino de Sissi, História de um menino abandonado no fim do século XIX contada por ele mesmo. precedidas e seguidas por a história do assassinato de Elisabeth (chamada Sissi), imperatriz da Áustria e rainha da Hungria, relatada por Santo Cappon”. Até no título do livro, percebe-se que Cappon quis enfatizar a história de Luigi, ele como escritor e conformou-se em ficar em um segundo plano.

Os relatos feitos por Lucheni são bastante interessantes e mostram uma realidade social esquecida. Em pleno século XIX, após grandes revoluções tão próximas como a Francesa, a Itália vivia um período de pobreza incalculável e um grande império ainda reinava com nobres e aristocratas.

Santo Cappon deixa claro não acreditar na versão de suicídio cometido por Luigi Lucheni na prisão. “Na opinião de todos, às 17h55 ou 18 horas, ele gritou forte. Era, precisamente, a hora da ronda que, com o conhecimento de causa julga inútil intervir naquele momento. Em caso de intervenção imediata, Lucheni poderia ter sido salvo. Lucheni teria escolhido, precisamente, a hora da ronda para seu ‘simulacro de suicidio’. Como ele poderia saber a hora sem relógio, na escuridão total e longe de qualquer barulho exterior? Somos tentados a encontrar uma explicação ‘sob medida’ própria para justificar a coincidência do suicídio e da passagem da ronda, assim como a respectiva não-intervenção...”

Cappon afirma que a morte de Luccheni foi, para alguns, providencial. E ainda dia “que se acredite na tese ou não de suicídio, que se declare o óbito com certeza... Luigi Lucheni morreu por ter visto desaparecer a única dignidade que lhe restava: sua memória”. É como se Santo Cappon sentisse a obrigação de continuar algo que fora começado por Lucheni, o qual não tinha voz e sonhava em ter suas memórias lidas pelo mundo para mostrar as injustiças cometidas não só contra ele, mas contra todas as crianças que viviam como escravas e objetos na Itália do início de século XIX. Além disso, ele nutria um desejo de ter sua vida lida pela mãe, a qual o havia abandonado desde o nascimento, e, que morava em San Francisco, nos Estados Unidos, na época do crime.

O processo de Lucheni, os estudos de teóricos da criminologia como César Lombroso são contados com detalhes. O livro traz fotografias de Sissi, do assassino, assim como dos documentos relativos ao caso. Não se trata de um livro defasado, porém atual que chega até a fazer referência a um musical alemão de Michael Kunze e Sylvester Levay sobre a vida de Sissi e único lugar onde Lucheni recebera um papel de significativa importância. A obra ainda mostra como Sissi e seu assassino eram tão próximos: incompreendidos, com infâncias podadas, ávidos por cultura, sem uma formação religiosa e tendo a escrita como única maneira de expressar os sentimentos.

É um livro que mostra o outro lado da moeda: o do assassino, assim como que fome não é apenas aquela de pão, todavia a de cultura, de conhecimento de leitora. Fome essa que pode trazer mais conseqüências e mais descontentamento do que a fome propriamente dita.

Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788599560112
Número de páginas: 200

28/02/2008

Livro: Meu nome não é Johnny

Seguindo a onda da divulgação simultânea de livros e filmes (como no caso do filme Tropa de elite e do livro A elite da Tropa) foi lançado Meu nome não é Johnny, escrito por Guilherme Fiúza, o qual teria sido a inspiração do longa metragem. Enquanto você pode assistir nas telonas o talentoso Selton Mello, também pode ler a biografia de João Guilherme Estrella, jovem de classe média alta da Zona Sul carioca que virou traficante de drogas nos anos 90. O livro é narrado em forma de thriller o que serve para prender a atenção do leitor.

Um artifício que as editoras usam para associar os livros com os sucessos das bilheterias nacionais e mudar a capa do livro. A primeira edição de Meu nome não é Johnny foi escrita antes do filme, porém depois do lançamento nos cinemas, a segunda edição ganhou uma foto de Selton Mello encarnando o protagonista do filme homônimo.

O livro está na posição entre os livros mais vendidos de não-ficção da revista Veja.

Editora: Record
ISBN: 850108154X
Número de páginas: 336


Leia trecho aqui.

27/02/2008

Livro: O menino do pijama listrado

Esse livro é uma obra ficcional escrita pelo irlandês John Boyne (a tradução para português foi feita por Augusto Pacheco Calil). O enredo é similar ao de O ano em que meus pais saíram de férias centralizando-se na estória de um garoto inocente fora da “realidade” de seu tempo, sem saber de fato os acontecimentos. Em vez de Mauro , o garoto se chama Bruno (9 anos), no lugar da ditadura brasileira, lê-se sobre o tempo da II Guerra Mundial e do Holocausto.

Trata-se de um livro sobre da verdadeira amizade em temos difíceis que une Bruno e Shmuel separados por uma cerca, na qual atrás dela há apenas pessoas com “pijamas listrados”. Aos poucos o garoto vai descobrindo o que ocorre ao seu redor e como o pai está ligado a esses fatos.

Uma curiosidade acerca do livro é que ele foi, durante um ano, o mais vendido na Irlanda. No Brasil, segundo a revista Veja, é o 11º na lista dos livros de ficção.

Editora: Companhia das Letras
ISBN:
9788535911121
Páginas: 192

Leia trecho aqui.

Livro: Hiroshima

Hiroshima, 06 de agosto de 1945. Foi para registrar esse acontecimento, que John Hersey, escreveu uma reportagem especial para a revista The New Yoker. Ele entrevistou seis sobreviventes um ano após a tragédia, porém faltava algo... Hersey queria mais, ele desejava saber como estavam as personagens da entrevista quarenta anos depois do dia que mudou a vida delas, aquele que acabou com a de milhares de japoneses e chocou o mundo inteiro.

Dessa maneira, ele transformou a reportagem um livro cheio de detalhes. É tão verdadeiro e detalhista ao ponto de causar náusea quando se lê determinados fragmentos. É preciso deixar o sentimentalismo um pouco de lado, caso queira chegar até a última página. Entretanto, você não irá se arrepender. Depois de ler Hiroshima verá que realmente é preciso dar um basta no egoísmo humano e lutar pela paz, já que o custo de uma guerra é altíssimo.

Apelidade de Little boy, a bomba não tinha nada de um garotinho inofensivo e matou mais de 140 mil pessoas. A destruição foi tamanha que o pavor de uma nova guerra usando armas nucleares mobiliza todos as nações.

O autor – Por ironia do destino, John Hersey nasceu em um país socialista: na China, em 1914. Lá ele viveu até 11 anos, mudando-se com a família para os Estados Unidos. Estudou em Cambridge e Yale. Foi condecorado com um dos prêmios mais cobiçados pelos jornalistas: o Pulitzer em 1945 pelo livro ficcional A Bell for Adano. Faleceu em 24 de marco de 1993, na Flórida.

:: Hiroshima faz parte da coleção Jornalismo literário lançado pela editora Companhia das letras, da qual faz parte também.

Editora: Companhia das Letras
ISBN: 8535902791
Número de páginas: 176

26/02/2008

Livro: O Almanaque do Carnaval

A festa do rei Momo já passou, mas os eternos foliões vão poder ler O almanaque do Carnaval, escrito pelo historiador André Diniz. Ele conta desde a história da festa mais popular do mundo até as origens dos gêneros musicais mais tocados nesse período, como o samba, o frevo e o axé. A editora é Jorge Zahar, a qual tem entre várias publicações Mozart – sociologia de um gênio e O mistério do samba.

Editora: Jorge Zahar
ISBN: 8537800473
Número de páginas: 272

Livro: O poder que seduz

E quem diria que no país onde tudo acaba em pizza, a estória de Renan Calheiros e Mônica Veloso ia acabar em livro?! A coadjuvante de um dos maiores escândalos políticos do país é autora de O poder que seduz, mas o livro já está defasado, haja vista o bombardeamento de informações sobre o caso. Entretanto, se você quiser saber sobre fofoquinhas sobre o relacionamento dela com Calheiros e, se os leitores masculinos quiserem ter um livro com uma bela fotografia na capa, é só correr para livraria e comprá-lo.

Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788599560242
Número de páginas: 192

25/02/2008

Livro: Relações internacionais contemporâneas

A queda do muro de Berlim foi apenas o símbolo de algo que teve suas raízes desde antes das duas guerras mundiais. A política externa e a diplomacia não são algo recente, porém muito mais antigo do que se imagina. É isso que mostra o autor José Augusto Guilhon Albuquerque no livro Relações internacionais contemporâneas – A ordem mundial depois da Guerra Fria.

Ele faz analogias entre a Guerra Fria (período em que o mundo dividiu-se em dois blocos: os dos socialistas – seguidores das URSS – e o dos capitalistas – liderados pelos EUA) e a Guerra do Peloponeso, na qual Esparta derrotou a hegemonia de Atenas. O autor também mostra algumas perspectivas com relação ao Mercosul e o papel do Brasil no mundo globalizado.

Ele é um livro não apenas para estudantes de Relações Internacionais, como para jornalistas, estudantes de sociologia, de direito ou apenas para aqueles que querem entender um pouco mais sobre os acontecimentos atuais e os seus motivos.

Um diferencial são os exercícios que o livro traz, com as respectivas respostas, o que ajuda o leitor/estudante a fixar o conteúdo.

José Augusto Guilhon de Albuquerque é pesquisador e professor de Ciências Políticas do departamento de Economia na Universidade de São Paulo. Ele é mestre e doutor em Sociologia do Desenvolvimento pela Université Catholique de Louvain.

Editora: Vozes
ISBN: 8532631193
Número de páginas: 200

Coleção: Guias para mochileiros

Os amantes de viagens, principalmente os mochileiros, não podem deixar de ler os guias da coleção “O viajante”, escritos por Zizo Asnis & Os Viajantes. Nos guias do Chile e da Argentina, por exemplo, você encontrará informações sobre a história, geografia, povos e costumes; tudo dividido por região e cidade, o que facilita o plano de viagem.

Zizo Asnis dá dicas de planos de viagens para os que vão passar desde uma semana até um mês em cada país. Há até um texto auxiliando no pré-planejamento da viagem. Ainda há um miniguia para quem vai andar de carro pelo Chile e pela Argentina, além de um pequeno dicionário português-espanhol. Também se tem informações sobre albergues com os respectivos preços e opiniões do escritor.

Um fato curioso – e muito prático – é a fitinha que tem nos livros, a qual funciona como marcador de livros, justamente para você que - tenho certeza – não deixaria de andar pelas ruas de Santiago nem de Buenos Aires com o guia na mochila.








Editora:
O Viajante - Trilhos
ISBN: 8587896040
Número de páginas: 440













Editora: O viajante
ISBN: 9788587896056
Número de páginas: 385













Editora: O Viajante - Trilhos
ISBN: 8587896024
Número de páginas: 876













Editora: O Viajante - Trilhos
ISBN: 8587896016
Número de páginas: 808











Editora: O Viajante - Trilhos
ISBN: 8587896032
Número de páginas: 166







Zizo Asnis

Se há um assunto sobre o qual Zizo Asnis entende é sobre viagens... Ele trancou a faculdade de publicidade em 1989 (ano emblemático) para ir para a Europa. Só que não tinha nem dinheiro e muito menos informação. Persistente, foi parar em Londres, onde arrumou um emprego de lavador de pratos e juntou uma grana para “mochilar” pela Europa.

Ao voltar, ele se perguntou: “por que afinal, não existe nenhum guia de viagens em português incentivando os brasileiros a viajar pelo mundo?”. Essa dúvida o inquietava e, enquanto tinha voltado a cursar publicidade em Porto Alegre, ele auxiliava os amigos com planos para viagem no Velho Continente.

A paixão pelo contato com culturas diferentes e novos povos foi tanto que, depois de formado, ele voltou para a Europa e ficou por lá durante dois anos. Mais uma vez deu duro no trabalho com o objetivo de juntar dinheiro e, dessa vez, foi conhecer a Ásia.

Foi da ânsia de ajudar mochileiros inexperientes que surgiu, em 1999, o site O viajante – www.oviajante.com - primeiro a manter em contato a comunidade mochileira no país. Ele também chegou a organizar uma comunidade de universitários que percorraram 21 países europeus em busca de mais informações sobre cada local. Dessa maneira, surgiu O guia para viajante independente na Europa. O qual foi seguido pelo O guia para viajante independente na América do Sul, O Viajante Argentina, O viajante Chile.

Devido ao sucesso dos guias, a editora resolveu apostar em literatura viajante e publicou, em 2004, o livro Uma estrada para o Chile de Alberto Schwanke.